Análise Política

(Análise Política)
INTRODUÇÃO: 

O trabalho com análise política, de risco político se refere às relações entre a política e o
desenvolvimento. O objetivo é usar todo o instrumental analítico para fazer boas
alocações financeiras. Esse é o módulo de análise política, em que serão trabalhadas ferramentas e instrumentos analíticos para que os participantes possam sistematicamente entender os movimentos dos mercados e fazer boas aplicações financeiras depois de interpretar o mundo da política e utilizar isso o seu favor.
A partir de definições básicas de conceitos como o de “risco político” e da análise de
eventos políticos, o investidor poderá entender os caminhos e fazer uma interpretação conjuntural do futuro.
Em anos de eleição, a demanda pela análise e compreensão dos efeitos das transições eleitorais fica em alta. Sobretudo nos regimes democráticos, quando existe
troca do tomador de decisão – seja ele o presidente ou primeiro-ministro – e faz
crescer os receios sobre os impactos econômicos e no desenvolvimento do país.
Mudanças na condução da política econômica e a forma como ocorre a transição de
governo podem levar a ciclos econômicos mais ambiciosos ou de menos crescimento. São, porém, condicionantes do comportamento econômico que precisam ser
observados antes de se fazer qualquer tipo de alocação financeira.
Se um novo governo sugere reformas, é fundamental interpretar se elas serão
aprovadas e entender como as decisões políticas vão influenciar o crescimento
econômico de um país. A intenção sempre será avaliar como as decisões de governo
vão afetar o crescimento potencial, pois isso ajuda a definir a lucratividade de diversos ativos que respondem direta ou indiretamente a esse mundo da política.
O importante comportamento inicial para chegar a um bom aproveitamento desse
conteúdo é promover uma reflexão individual do estado fundamental da análise
política. Quem desempenha essa atividade precisa se eximir do papel de “torcedor”,
deixando de lado os desejos, crenças ou sentimentos pessoais para tentar entender
de fato o que vai acontecer, sem interferências ideológicas.
Entender as consequências políticas dos acontecimentos é mais um instrumento
para definir melhores alocações. As ferramentas que serão discutidas nesse curso
serão meios para que se possa olhar a política como mais um elemento que
compõe o jogo de xadrez que se joga quando se faz alocações financeiras.

RISCO POLÍTICO (Análise Política)

Risco político é a capacidade de uma determinada ação política impactar a economia
e os mercados. Como qualquer outra forma de risco, como os riscos econômicos, de
crédito ou até de desastres naturais, riscos políticos são difíceis de se quantificar e
prever, razão pela qual muitas vezes são desconsiderados.
O termo tem relação com a observação dos eventos que afetam a precificação de
qualquer ativo que sofre o impacto dos atores políticos, sejam aqueles diretamente
ligados a governos, sejam nomes que tenham importância relevante nas decisões
que serão tomadas na política econômica ou de uma política setorial específica.
Risco político, portanto, é o risco que os investimentos podem sofrer como
resultado de mudanças ou instabilidades políticas em um país. Para que seja
avaliado, é preciso que o profissional entenda a conjuntura da formação das regras
que vão afetar em maior ou menor grau a precificação de ativos.
Risco Político: probabilidade que determinada ação política irá produzir mudanças
nos resultados econômicos.
A ideia de risco tem relação com o fato de que pode ocorrer um fenômeno ou
evento que afete uma escolha importante. Pode ser um novo presidente que resolva
mudar a gestão da política econômica, uma mudança no comando do Banco Central
ou qualquer decisão que pode afetar a maneira como se enxerga a economia.
É importante considerar a probabilidade de ocorrência de determinado evento se o
candidato A ou B ganhar uma eleição – assim como a chance de sair um processo de
concessão ou privatização associados ao impacto que se espera que esse evento
afete os mercados.
Porém, às vezes o risco político não muda a forma como os ativos são precificados.
Por exemplo em certos cenários de mudança de governo. O partido A está governando. Há eleições e o partido B ganha. É preciso entender se de fato haverá mudanças
decorrentes da troca. Se os dois partidos tiverem a mesma orientação econômica,
não haverá tanta mudança para os mercados – o que inclusive já aconteceu diversas
vezes. Ou seja, mudança nem sempre é sinal de risco político.
É importante ter em mente que, nos regimes democráticos, é natural que o governante eleito procure mudar qualquer que seja o programa. É preciso olhar para os
incentivos políticos.
Também é essencial saber que risco é diferente de incerteza. Risco é algo que se
consegue medir, atribuir probabilidade e estimar o impacto. Incerteza é algo natural
da vida, faz parte da atividade econômica ter algum tipo de incerteza do resultado.

Essa relação entre ativo político e ativos econômicos pode ocorrer tanto no setor
financeiro (quando se olha para mercado de ações, mercado de moedas, títulos
públicos) quanto fora dele, como no caso das commodities.
Bons analistas conseguem separar o que é concreto de simples percepções e não
se apressam a dar seus pareceres. Vamos supor que exista uma percepção de
mercado de que a mudança no comando do Banco Central vai afetar a política
monetária. Quem tem uma expectativa negativa provavelmente vai responder
desvalorizando determinado ativo. Por isso, os investidores nesse ativo terão uma
perda de curto prazo. Portanto, é importante monitorar e fundamental pensar no
longo prazo, porque às vezes pode se espalhar uma visão exagerada no mercado.
Muitos analistas são “contaminados” pelo calor do momento. É comum circularem
sensações de medo em momentos de mudanças. Por isso, deve-se fazer análises
de forma atemporal, sem pensar apenas em um evento específico. Quem consegue ter esse discernimento se protege melhor ao compreender os acontecimentos
políticos e a precificação de ativos de forma adequada.
O risco político também afeta a economia real. A taxa de crescimento econômico,
por exemplo, ajuda a saber o que esperar da inflação a partir do que se espera
para política monetária. Essas são consequências indiretas de um ambiente político.
Saber fazer leituras de política facilita o entendimento das perspectivas de crescimento econômico. Para quem está alocado ou deseja alocar ativos pensando em
longo prazo, é importante entender o caráter atemporal do risco político, pois ele
vai ajudar a se proteger de flutuações dos valores no curto prazo.
As economias mais avançadas se tornam muito complexas. Então, às vezes o
mesmo evento político – como a decisão de um governante – pode ajudar um
setor por afetar a taxa de câmbio. Ao mesmo tempo, a mudança pode ser interpretada de maneira diferente a depender do setor que está operando. Portanto, o
risco político nunca é absoluto, pois pode haver correntes que associam decisões a
diferentes diagnósticos econômicos. Ter um diagnóstico sobre cada setor e cada
país ajuda a compreensão do que estiver sob análise.
Um determinado setor pode crescer com uma desvalorização cambial e o outro
pode ter uma perda. Isso significa que é fundamental olhar o “risco político” de
modo plural. É preciso usar métricas durante a análise econômica.
Para fenômenos como a troca de um presidente ou quando um novo presidente
toma uma decisão política que supostamente vai gerar impacto na precificação de
um ativo, pode ser criada uma tipologia de tipo de risco.
Por exemplo, um evento que tenha baixa probabilidade de acontecer, mas que, se
acontecer, gera impacto pequeno. Nesse caso, há um risco diminuto – com o qual
não é preciso se preocupar. Mesmo se ele acontecer, vai afetar pouco a precificação de ativos e, quando o tema surgir no debate público, ficará claro ao especialista que o “barulho” não corresponde a um evento que exija um movimento de
proteção ao algo semelhante.
O diagrama a seguir mostra o grau de intensidade do risco político em relação à
probabilidade de materialização do evento negativo.

Ao contrário, pode haver um evento com baixa probabilidade de acontecer, mas
que, se acontecer, gera impacto elevado. Nesse caso, é mais desafiador para o
analista, porque em geral é muito difícil de monitorar. Quando esse evento chega,
muitas vezes causa um choque – seja positivo ou negativo. Isso exige que o analista esteja antenado para acelerar a leitura dos desmembramentos desse evento.
Há outros casos, como eventos com alta probabilidade de ocorrerem, mas baixo
impacto, o que demanda pouca energia ou que se desvie o foco de outras ações
que, sabe-se, vão acontecer e que têm impacto maior nos ativos. No exemplo da
troca de governo entre dois nomes do mesmo partido ou por dois nomes que
pensam de forma muito parecida, ainda não é propriamente algo que se deva
olhar com muito cuidado. Nesses casos, é melhor buscar fatores que realmente
afetam a precificação dos ativos (seus ou de seus clientes).

O caso que mais causa alvoroço e gera mudanças são os eventos com probabilidade elevada de acontecer e que geram impacto muito alto. Muitas vezes isso leva a
um cenário de crise e demanda proteção por causa do alto impacto no mercado.
Importante: o risco político é resultado de uma soma de elementos, associados às
decisões de governos. É essencial olhar para a política dentro do contexto, entender se há um ambiente de luta de poder, lutas entre grupos sociais, guerra civil,
conflito geopolítico – e não somente relacionado ao governo em si.

Entre os itens que os analistas políticos devem se lembrar de levar em consideração estão:
– As demandas sociais;
– Grupos que estão se articulando;
– Agenda governamental;
– Valorização da moeda;
– Risco de calote em títulos soberanos;
– Mudanças na legislação cambial;
– Perfil histórico do país;
– Declarações de governo (tanto oficiais quando em redes sociais, por exemplo);
– Eventos globais;
– Medidas regulatórias.

EVENTOS INTERNACIONAIS (Análise Política)

 

Os eventos internacionais devem ser analisados de forma separada entre os que
não afetam ou não são determinados pelo ambiente doméstico e os que são. É
fundamental lembrar o objetivo final do trabalho de um analista: antecipar como
os acontecimentos interferem ou vão interferir na precificação de ativos, porque
às vezes os mercados se comportam de maneira distinta, ora olhando para as
variáveis externas e ora para as variáveis domésticas.
Fazer essa separação, portanto, em termos de risco político, é uma tarefa que
também vai ajudar no objetivo, que é entender como o risco político é determinado pelo ambiente Internacional. No diagrama a seguir, vemos como os cenários
interno e externo influenciam na precificação dos ativos.

Dentro do cenário doméstico existem dois gatilhos principais. Os primeiros são
aqueles associados à economia, como a divulgação de um resultado de inflação, o
anúncio da taxa de crescimento de um país ou uma decisão de política monetária.
Faz parte de decisões corriqueiras do mundo da economia e o mercado reage a
certas informações. Por exemplo: a divulgação do número da inflação alta em
determinado mês possivelmente vai gerar uma perspectiva de aumento de taxa de
juros. Também existem decisões associadas ao mundo da política, como a decisão
de um governante. Isso tudo gera um cenário doméstico que pode afetar o “risco
político”.
Como é possível identificar como o mercado vai responder a uma série de fatores,
alguns dos quais fora do ambiente doméstico? A tendência é que se olhe bastante
as decisões de política monetária, porque isso define liquidez e, por consequência,
o sentimento de aversão ao risco.
Quando há muita liquidez no mundo, a tendência é que os mercados fiquem
animados e deixem um pouco de lado essas variáveis domésticas e as peculiaridades de cada país. Fora isso, também se olha muito a política nos grandes países
que vivem conflitos geopolíticos.
Dentro do cenário doméstico, quase sempre se dá mais atenção às eleições,
porque o tomador de decisão é quem define as políticas que vigorarão durante
um período, entre elas, as do âmbito fiscal. A questão fiscal é a que pode definir a
precificação dos títulos públicos, por exemplo.
Uma estratégia para entender o comportamento futuro decorrente de certas
decisões é analisar países com perfis parecidos. Se o país em questão é exportador de commodities, vale observar outros países grandes exportadores de commodities. Porém, antes de entender a relação entre o rating de um país e o prêmio
de risco, vale tratar da definição de rating.

O termo rating, em português, significa classificação. Entretanto, o seu uso não
se dá através da tradução literal. Rating serve para mostrar aos investidores
qual risco correm ao investir em determinada empresa ou país. Deste modo,
através da análise de crédito de um Estado ou empresa, é possível determinar o
nível de risco de um calote. É uma nota atribuída pelas agências de classificação de
risco à chance de calote. Portanto, quanto melhor a nota, menor o risco de calote e
mais seguro aquele país é considerado para o investidor.
Na América Latina, há em comum entre alguns países essa relação de nota das
agências e o prêmio de risco. (Análise Política)

 

 

Veja sobre Política Monetária:

https://estudosfinanceiros.com/politica-monetaria/

 

Veja Sobre MacroEconomia:

MacroEconomia

 

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